São sessenta batimentos por minuto. Certamente é a sua frequência agora, pois repousa e calmamente mira o texto para dele tirar sentido. Não há muito sentido nisso tudo. Viemos aqui e temos missões, trabalhos, estudos e possibilidades, mas não temos exatamente um sentido apropriado para a experiência de vida que não ela mesma.
Da mesma forma fizeram um minuto ter sessenta segundos. É uma possibilidade, afinal ninguém disse que o tempo é algo fixo, que pode ser efetivamente determinado a partir de pulsos. O coração não é confiável, já que os grandes cientistas parecem confiar apenas nos pulsos de átomos radioativos de césio quando se trata de precisão em medir o tempo.
A mente às vezes nos prega algumas peças. Quando o coração bate mais rápido, o tempo se move mais devagar. Num único minuto surgem cento e vinte batimentos. A viagem no tempo é acessível para nossos corações e mentes, bastando apenas acelerarmos ou retrairmos o coração.
O movimento de acelerar permite que concluamos muito mais coisas em menos tempo. É como se o dia se expandisse. Há na literatura uma série de histórias heróicas que demonstram que, para o herói, nada é impossível.
Os doze trabalhos de Hércules dão conta de outros sistemas arquetípicos dodecimais. Ele enfrenta cada uma das provas na ordem mitológica dos signos dos zodíacos. E vai se sobressaindo em todas, porque Hércules representa o Sol e as doze tarefas os doze signos pelos quais o Sol vai exercendo a sua viagem.
Uma viagem de bilhões de anos na nossa concepção. Quando escreveram um livro chamado Bereshit, o grande motivo desse livro era responder à pergunta: "De onde viemos?". Ora, de um Criador. Tão grandioso que cria a dor e a cura ao mesmo tempo. E faz as coisas aos pares a partir de como as coisas estão. O nome grego dado ao livro mais tarde, Genesis, dá conta de que a cultura tem lá os seus meandros, mas que, no fim, essa longa história tem sido contada há muito tempo por muitos povos de toda a História.
Ele usou seis dias. Em cada um deles foi criando oposições. Às trevas, que já estavam lá, opôs com a luz. O vazio com os planetas. Os planetas com oceanos e terras. As terras com pradarias e florestas. E assim foi construindo as coisas aos pares, até chegar no homem e na mulher.
Na física quântica é sabido que não há experiência que não seja interferida pelos olhos do experimentador. Sabendo disso, o grande Criador colocou nos seres viventes algumas proporções em comum, uma grande célula da vida que permite a reprodução contínua e perpetuação e dotou-nos de um livre-arbítrio poderoso, mas tão poderoso que, muitas vezes, torna-nos capazes de arbitrariedades esdrúxulas em nome de fanatismos desnecessários.
Mas fez-nos capazes de sentir pulsar logo abaixo do esterno a vibrante mansão de quatro salas que faz ventilar o líquido da vida para toda parte.
E isso, como a partícula-onda que o pesquisador vê e não-vê, é uma daquelas verdades que não é nada difícil de experimentar.
Basta fechar os olhos e aprofundar-se em si mesmo. Sentir o coração cair em sua frequência e repousar. O tempo irá ser mais rápido. As horas passarão de forma mais tranquila, pois os minutos chegarão aos trinta segundos. Nossa atitude estará tranquila, mas estaremos vigorosamente despertos e capazes de ter grandes pensamentos, grandes idéias. E essas nos abastecem de energia para fazermos o que há de mais vigoroso no Universo: levantar firmes construções de virtudes no curto tempo-espaço que a nós foi dado.
Gravidade é a atração dos corpos, celestiais ou terrestres. A Gravidade está por toda parte e tem muitos nomes como amor, atração, coesão, união, fraternidade, amizade e decisão. A repulsão, nêmesis da Gravidade, também está por toda parte e, em conjunto, essas duas energias levam ao equilíbrio. Esse blog fala sobre todas as formas de atração e repulsão, a eterna busca pelo fim da ignorância, a consolidação da Luz sobre as Trevas e sobre o amor. Espero que te inspire.
sexta-feira, abril 04, 2008
quinta-feira, março 27, 2008
Um sonho dentro de um sonho
Tome este beijo sobre a têmpora
e, partindo de ti agora,
muito a dizer nesta franca hora -
Você não está errado, quem diria
que meus sonhos têm sido o dia;
Ainda se a esperança fosse um açoite
em um dia, ou numa noite,
numa visão, ou em ninguém
É isso então o que está aquém?
Tudo o que vejo, tudo o que suponho
É só um sonho dentro de um sonho.
As ondas quebram e fico ao meio
de uma praia atormentada
e eu seguro em minhas mãos
uns grãos de areia dourada -
Quão poucos! E como se vão
Pelos meus dedos para o nada,
enquanto eu choro, enquanto eu choro!
Ó Deus! Eu Vos imploro:
Não posso mantê-los em minha teia?
Ó Deus! Posso eu proteger
das duras ondas um grão de areia?
Será que tudo o que vejo e suponho
É só um sonho dentro de um sonho?
Tradução: Leonardo Dias
Texto original (por Edgar Allan Poe)
A Dream Within A Dream
Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow-
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.
I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand-
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep- while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?
e, partindo de ti agora,
muito a dizer nesta franca hora -
Você não está errado, quem diria
que meus sonhos têm sido o dia;
Ainda se a esperança fosse um açoite
em um dia, ou numa noite,
numa visão, ou em ninguém
É isso então o que está aquém?
Tudo o que vejo, tudo o que suponho
É só um sonho dentro de um sonho.
As ondas quebram e fico ao meio
de uma praia atormentada
e eu seguro em minhas mãos
uns grãos de areia dourada -
Quão poucos! E como se vão
Pelos meus dedos para o nada,
enquanto eu choro, enquanto eu choro!
Ó Deus! Eu Vos imploro:
Não posso mantê-los em minha teia?
Ó Deus! Posso eu proteger
das duras ondas um grão de areia?
Será que tudo o que vejo e suponho
É só um sonho dentro de um sonho?
Tradução: Leonardo Dias
Texto original (por Edgar Allan Poe)
A Dream Within A Dream
Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow-
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.
I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand-
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep- while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?
quinta-feira, março 13, 2008
Saber ousar
Calei-me. A voz subitamente faltou e utilizá-la não faria sentido senão fosse para resolver todos os problemas. E quando acabassem os meus, resolveria os do mundo, pois que não deveria haver outra razão de viver que não a de resolver conflitos.
Posto isso, confabulei e conspirei para resolver situações que antes não tivesse resolvido. Gerei novos conflitos por querer destrinchar trincheiras de guerras imortais. Há seres dotados de amor e seres dotados de desamor, que confundem isso com desapego às pessoas -- ainda que traduzido em apego aos objetos materiais.
Os dotados de amor, ainda que desprovidos de inteligência, são bons e ingênuos. Os que possuem em si amor e inteligência são bons e dotados de imensa capacidade de mudar a si mesmo, ainda que não sejam capazes de inspirar os outros. Já os que somam essas duas virtudes à vontade, esses são imbatíveis: progridem rapidamente rumo à construção de seus destinos.
Ousei. E por ousar é que me vi indo mais longe do que podia. É necessário saber ousar antes da ousadia. No entanto a vantagem de ousar é que não tem mais volta. É o traçado com o carbono do grafite sem a borracha que o remova. São esses traços espontâneos que ficam imortalizados em meu coração e nas mentes alhures.
O que eu quero, enfim, é ser feliz. Ter a liberdade de saborear a vida com os seus diferentes aromas e texturas. Há nas coisas todas o intangível e o tangível e nós somos também feitos dessa harmonia química. Se há algo mais ousado do que a capacidade de conhecer a nós mesmos, ousemos. Essa tarefa obrigatória antes de precipitar-nos na ousadia é mais árdua do que o lapidar de diamantes: é a quebra de lascas de duras pedras que não são nada fáceis de quebrar. Como os diamantes, polidos somos capazes de ousar mais, querer mais e deixar marcas em tudo o que tocamos. Eis o caminho para pavimentar o seu destino.
Posto isso, confabulei e conspirei para resolver situações que antes não tivesse resolvido. Gerei novos conflitos por querer destrinchar trincheiras de guerras imortais. Há seres dotados de amor e seres dotados de desamor, que confundem isso com desapego às pessoas -- ainda que traduzido em apego aos objetos materiais.
Os dotados de amor, ainda que desprovidos de inteligência, são bons e ingênuos. Os que possuem em si amor e inteligência são bons e dotados de imensa capacidade de mudar a si mesmo, ainda que não sejam capazes de inspirar os outros. Já os que somam essas duas virtudes à vontade, esses são imbatíveis: progridem rapidamente rumo à construção de seus destinos.
Ousei. E por ousar é que me vi indo mais longe do que podia. É necessário saber ousar antes da ousadia. No entanto a vantagem de ousar é que não tem mais volta. É o traçado com o carbono do grafite sem a borracha que o remova. São esses traços espontâneos que ficam imortalizados em meu coração e nas mentes alhures.
O que eu quero, enfim, é ser feliz. Ter a liberdade de saborear a vida com os seus diferentes aromas e texturas. Há nas coisas todas o intangível e o tangível e nós somos também feitos dessa harmonia química. Se há algo mais ousado do que a capacidade de conhecer a nós mesmos, ousemos. Essa tarefa obrigatória antes de precipitar-nos na ousadia é mais árdua do que o lapidar de diamantes: é a quebra de lascas de duras pedras que não são nada fáceis de quebrar. Como os diamantes, polidos somos capazes de ousar mais, querer mais e deixar marcas em tudo o que tocamos. Eis o caminho para pavimentar o seu destino.
segunda-feira, março 10, 2008
Dançando ao som de estrelas
O silêncio à noite é como um grande diamante
precioso, raro e ainda assim resistente
às tentativas do tempo em destruir-lhe o instante
em que nada passou, em que nada está presente.
É o som das estrelas que deve ser admirado
como uma música saborosa aos ouvidos
a fazer-nos despertos e a despertar-nos sentidos
que outrora eram como olhos bem cerrados.
Após ouvi-lo, devemos sentir o som
e apreciar-lhe bem a cor e a textura
com a mão que toca o silêncio e o segura
levando-o para o Artífice de seu dom.
Então podemos dar o passo verdadeiro
daquela dança de ternura e de alegria
sabendo que vivemos cada dia
como o último e também como o primeiro.
As luzes do universo: não podemos tê-las
mas podemos vislumbrá-las em céu aberto.
E ouvir-lhes o ritmo derradeiro e incerto
enquanto seguimos dançando ao som de estrelas.
precioso, raro e ainda assim resistente
às tentativas do tempo em destruir-lhe o instante
em que nada passou, em que nada está presente.
É o som das estrelas que deve ser admirado
como uma música saborosa aos ouvidos
a fazer-nos despertos e a despertar-nos sentidos
que outrora eram como olhos bem cerrados.
Após ouvi-lo, devemos sentir o som
e apreciar-lhe bem a cor e a textura
com a mão que toca o silêncio e o segura
levando-o para o Artífice de seu dom.
Então podemos dar o passo verdadeiro
daquela dança de ternura e de alegria
sabendo que vivemos cada dia
como o último e também como o primeiro.
As luzes do universo: não podemos tê-las
mas podemos vislumbrá-las em céu aberto.
E ouvir-lhes o ritmo derradeiro e incerto
enquanto seguimos dançando ao som de estrelas.
segunda-feira, março 03, 2008
Temos poucas horas
Temos poucas horas e não vamos maldizê-las:
são finitas, feitas de desenhos magistrais
do Artífice da vida e do vibrar das estrelas
cujos traços não entendemos mais.
É com a visão certa, com o olhar apurado
após fazer dentro de si uma viagem
poderemos caminhar por qualquer lado
sem que sobre temor ou falte coragem.
Mas se houver rancor, sentimento inconteste
tragédia que traduz toda alegria em tristeza
As horas temem qual o chão do solo agreste
teme o sol que dele extrai a riqueza.
Se estamos secos, que haja sempre um rio
para fazer-nos lembrar que as suas águas
correm sempre com o tempo sendo o fio
condutor de satisfações ou de mágoas.
Somos todos imortais em essência
mas as horas, essas passam à nossa frente
quanto mais incerta e intransigente
for a nossa inconstante consciência.
Então façamos de nossas horas o que o artista
faz com as arestas dos brutos diamantes
Não há no mundo nada que resista
a um espírito moldado à beleza dos instantes.
são finitas, feitas de desenhos magistrais
do Artífice da vida e do vibrar das estrelas
cujos traços não entendemos mais.
É com a visão certa, com o olhar apurado
após fazer dentro de si uma viagem
poderemos caminhar por qualquer lado
sem que sobre temor ou falte coragem.
Mas se houver rancor, sentimento inconteste
tragédia que traduz toda alegria em tristeza
As horas temem qual o chão do solo agreste
teme o sol que dele extrai a riqueza.
Se estamos secos, que haja sempre um rio
para fazer-nos lembrar que as suas águas
correm sempre com o tempo sendo o fio
condutor de satisfações ou de mágoas.
Somos todos imortais em essência
mas as horas, essas passam à nossa frente
quanto mais incerta e intransigente
for a nossa inconstante consciência.
Então façamos de nossas horas o que o artista
faz com as arestas dos brutos diamantes
Não há no mundo nada que resista
a um espírito moldado à beleza dos instantes.
domingo, fevereiro 17, 2008
Os esquemas
Há muitos esquemas no Universo. O esquema de nossa galáxia, uma espiral com um buraco negro no centro é similar ao esquema da água que vai pelo ralo. Forma-se uma pressão pela atração do que é fluido que toma a forma de um redemoinho. Da mesma forma vamos girando em torno de uma estrela na chamada "zona habitável".
Nessas zonas habitáveis podem ocorrer o que chamaríamos de "chama primordial". Um grande caldo oceânico de água salgada associado a metano e a outras substâncias presentes na terra como os nitratos e outros sais. Juntemos a essa receita um raio ou duas mil tempestades. Os íons disponíveis poderiam possibilitar ligações que formassem aminoácidos e aí a vida teria dado o seu primeiro passo.
No entanto é de se esperar a surpresa e dessa vez ela veio na forma de amor. As primeiras formas de vida precisavam encontrar outras formas para reproduzir e perpetuar aquela ignição química. Essa grande ignição foi sustentada também pela energia da estrela em zona habitável associada ao meio aquoso do grande caldo oceânico que nos permite existir.
O sangue que vai em nossas veias é similar às águas dos oceanos. Não por acaso os remédios administrados por via intravascular são misturados ao soro fisiológico, que nada mais é do que água com sal.
Somos feitos desse caldo de água salgada e dessa terra que está por baixo. Somos frutos de estrelas e cometas que aqui se chocaram trazendo essa quantidade incrível de materiais. Tudo arquitetado para existir a vida que possa apreciar essa obra divina.
Mas como essas moléculas se reuniriam? De forma parecida à galáxia: em espiral. É um esquema comum a nossa galáxia, que está nesse formato. E a proporção de suas voltas é também similar: 1,618 ou Phi. Essa proporção pode ser encontrada em nosso corpo: o comprimento do antebraço em relação ao comprimento da mão.
Esses grandes mistérios eram estudados pelo gênio Leonardo da Vinci. Descobriu-a em diferentes partes da natureza como caracóis, seres humanos e construções gregas. Percebeu uma semelhança em tudo e uma cultura muito antiga aproveitando-se desse conhecimento. Suas obras sempre utilizavam proporções áureas.
Outros esquemas podem ser falados. Jung citava Astrologia e Tarô. Conseguiu com isso definir o que seriam os arquétipos. Há doze signos astrológicos. Jesus, não por acaso, escolheu doze apóstolos. Os signos são manifestações solares, isso é, o Sol tem que passar por uma das doze constelações todo mês em sua viagem anual no plano do céu. Isso significa tempo-espaço, isso é, a Terra voltará a estar naquela posição daqui há um ano. É uma forma de medir o tempo que, a partir do empirismo e da observação humana de milênios, ajudou-nos a decifrar-nos as intenções.
Mas o Tarô, em verdade, não tem arquétipos reais, isso é, grandes emanações que devem ser conduzidas a partir de caminhos. Esses caminhos é que são as 22 cartas do Tarô. As emanações são 10 e onde estamos é o Reino (Malkut), de onde devemos partir certos de nosso destino verdadeiro.
Para aspirarmos ao verdadeiro Conhecimento (D'aat) devemos abster-nos de uma série de coisas e enaltecer uma série de virtudes que já temos. Com isso melhoraremos a nossa vida e seremos capazes de construir o que quisermos para o nosso destino.
Alguns dirão que isso é óbvio. Mas o que é Conhecimento? Os gregos chamavam conhecimento de Gnosis, e era, ao mesmo tempo, a sabedoria e o entendimento associados ao domínio da vida. Sabedoria era a divina intuição que permite decisões corretas e justas. Entendimento, ou Inteligência, é a divina compreensão, ou verbo. É a nossa capacidade de articular idéias a partir de conceitos, palavras, imagens, esquemas lógicos e racionais.
Portanto se quisermos uma imagem feita com um único traço para o nosso universo, podemos desenhar uma espiral.
Trata-se de forma similar à nossa galáxia, ao giro duplo de nossa célula de DNA, a água quando se esvai por um grande buraco e as ondas do mar que empurravam os seres marinhos para a vida na Terra.
Nessas zonas habitáveis podem ocorrer o que chamaríamos de "chama primordial". Um grande caldo oceânico de água salgada associado a metano e a outras substâncias presentes na terra como os nitratos e outros sais. Juntemos a essa receita um raio ou duas mil tempestades. Os íons disponíveis poderiam possibilitar ligações que formassem aminoácidos e aí a vida teria dado o seu primeiro passo.
No entanto é de se esperar a surpresa e dessa vez ela veio na forma de amor. As primeiras formas de vida precisavam encontrar outras formas para reproduzir e perpetuar aquela ignição química. Essa grande ignição foi sustentada também pela energia da estrela em zona habitável associada ao meio aquoso do grande caldo oceânico que nos permite existir.
O sangue que vai em nossas veias é similar às águas dos oceanos. Não por acaso os remédios administrados por via intravascular são misturados ao soro fisiológico, que nada mais é do que água com sal.
Somos feitos desse caldo de água salgada e dessa terra que está por baixo. Somos frutos de estrelas e cometas que aqui se chocaram trazendo essa quantidade incrível de materiais. Tudo arquitetado para existir a vida que possa apreciar essa obra divina.
Mas como essas moléculas se reuniriam? De forma parecida à galáxia: em espiral. É um esquema comum a nossa galáxia, que está nesse formato. E a proporção de suas voltas é também similar: 1,618 ou Phi. Essa proporção pode ser encontrada em nosso corpo: o comprimento do antebraço em relação ao comprimento da mão.
Esses grandes mistérios eram estudados pelo gênio Leonardo da Vinci. Descobriu-a em diferentes partes da natureza como caracóis, seres humanos e construções gregas. Percebeu uma semelhança em tudo e uma cultura muito antiga aproveitando-se desse conhecimento. Suas obras sempre utilizavam proporções áureas.
Outros esquemas podem ser falados. Jung citava Astrologia e Tarô. Conseguiu com isso definir o que seriam os arquétipos. Há doze signos astrológicos. Jesus, não por acaso, escolheu doze apóstolos. Os signos são manifestações solares, isso é, o Sol tem que passar por uma das doze constelações todo mês em sua viagem anual no plano do céu. Isso significa tempo-espaço, isso é, a Terra voltará a estar naquela posição daqui há um ano. É uma forma de medir o tempo que, a partir do empirismo e da observação humana de milênios, ajudou-nos a decifrar-nos as intenções.
Mas o Tarô, em verdade, não tem arquétipos reais, isso é, grandes emanações que devem ser conduzidas a partir de caminhos. Esses caminhos é que são as 22 cartas do Tarô. As emanações são 10 e onde estamos é o Reino (Malkut), de onde devemos partir certos de nosso destino verdadeiro.
Para aspirarmos ao verdadeiro Conhecimento (D'aat) devemos abster-nos de uma série de coisas e enaltecer uma série de virtudes que já temos. Com isso melhoraremos a nossa vida e seremos capazes de construir o que quisermos para o nosso destino.
Alguns dirão que isso é óbvio. Mas o que é Conhecimento? Os gregos chamavam conhecimento de Gnosis, e era, ao mesmo tempo, a sabedoria e o entendimento associados ao domínio da vida. Sabedoria era a divina intuição que permite decisões corretas e justas. Entendimento, ou Inteligência, é a divina compreensão, ou verbo. É a nossa capacidade de articular idéias a partir de conceitos, palavras, imagens, esquemas lógicos e racionais.
Portanto se quisermos uma imagem feita com um único traço para o nosso universo, podemos desenhar uma espiral.
Trata-se de forma similar à nossa galáxia, ao giro duplo de nossa célula de DNA, a água quando se esvai por um grande buraco e as ondas do mar que empurravam os seres marinhos para a vida na Terra.
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
A Verdade
Se há uma só Verdade, desconheço.
Se é acessível pelo verbo, tampouco.
Se ela é a mesma ainda que do avesso
ou se é a mesma para um gênio ou um louco.
Sei que das linhas da vida que teço
faço um tapete de cores fortes
que brilhe bem entre as vidas e mortes
dos edifícios morais que meço.
Na História há templos que sobem e descem
ao alto da Glória e ao baixo do chão
e Verdades do sim e Verdades do não,
mas a única Verdade permanece:
Somos estrelas, atraímos e aquecemos
nós vivemos e morremos todos iguais
Verdade seja que ao lugar onde iremos
amaremos muito e amaremos mais.
Se é acessível pelo verbo, tampouco.
Se ela é a mesma ainda que do avesso
ou se é a mesma para um gênio ou um louco.
Sei que das linhas da vida que teço
faço um tapete de cores fortes
que brilhe bem entre as vidas e mortes
dos edifícios morais que meço.
Na História há templos que sobem e descem
ao alto da Glória e ao baixo do chão
e Verdades do sim e Verdades do não,
mas a única Verdade permanece:
Somos estrelas, atraímos e aquecemos
nós vivemos e morremos todos iguais
Verdade seja que ao lugar onde iremos
amaremos muito e amaremos mais.
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