sábado, junho 16, 2007

Aforismos afora

A pressa não existe quando não se está triste.

Atraindo

Querendo, é?
Faça
O poder não é de graça
Use mais energia
Você é o que é
Querendo fé
Faz-se
Cria-se outra face
Faz-se o que se quer
Duvida?
Nada se divisa
Mas satélites e estrelas
Pode-se querê-las
Mas disso duvidar
É desejar as jóias
sem fazê-las.

terça-feira, junho 12, 2007

Invictus - O poder das horas de destruir ilusões

As ilusões têm barreiras que só o tempo destrói. Os amores, com a sua desfaçatez de quererem parecer-se com a própria vida, têm lá começo, meio e fim para um novo começo. Os desacertos deveriam servir de alavanca e não de escada rolante que só desce. É a capacidade de amar que nos torna invictos.

Sobre a invencibilidade, dou voz ao poeta britânico do final do século 19 William Henley. A tradução é minha. Outra tradução pode ser conhecida aqui. O original segue abaixo.

Invictus
William Ernest Henley
Tradução: Leonardo Dias

Do fundo da noite que me cobre,
Preta como o Breu de lado a lado
Agradeço a todos deuses pelo nobre
Inconquistável espírito a mim dado.

No acaso todo das circunstâncias
Não me deixei cair nem gritar
Apesar de um estouro de ânsias
Minha cabeça sangra sem curvar

Além desse lugar de tristezas e insanos
Nada se vê, só o Horror desde cedo
E ainda assim a ameaça dos anos
encontra-me e encontrar-me-á sem medo

Não importa quantas vezes desatino
nem quantas vezes a vida me espalma
Sou o mestre e senhor do meu destino:
Sou o capitão de minha alma.

Original:
Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

terça-feira, junho 05, 2007

A régua de traçar amores

Danço porque o passo pede
e o compasso gira sobre o centro
o movimento é a razão da vida
e o resto é vento.
Passo porque a dança pede
que cada passo seja ritmado
o tempo gira interminável a roda
apenas morto para estar parado.
Sonho porque tudo é vivo
mas nada vivo vejo acordado.
Nessas horas o que é bom cativo
e o mal do dia me é retirado.
Amo porque a atração é lei
dos átomos, das células, dos planetas,
e também porque não amar não sei:
são dois pontos para traçar retas.