Gravidade é a atração dos corpos, celestiais ou terrestres. A Gravidade está por toda parte e tem muitos nomes como amor, atração, coesão, união, fraternidade, amizade e decisão. A repulsão, nêmesis da Gravidade, também está por toda parte e, em conjunto, essas duas energias levam ao equilíbrio. Esse blog fala sobre todas as formas de atração e repulsão, a eterna busca pelo fim da ignorância, a consolidação da Luz sobre as Trevas e sobre o amor. Espero que te inspire.
segunda-feira, março 03, 2008
Temos poucas horas
são finitas, feitas de desenhos magistrais
do Artífice da vida e do vibrar das estrelas
cujos traços não entendemos mais.
É com a visão certa, com o olhar apurado
após fazer dentro de si uma viagem
poderemos caminhar por qualquer lado
sem que sobre temor ou falte coragem.
Mas se houver rancor, sentimento inconteste
tragédia que traduz toda alegria em tristeza
As horas temem qual o chão do solo agreste
teme o sol que dele extrai a riqueza.
Se estamos secos, que haja sempre um rio
para fazer-nos lembrar que as suas águas
correm sempre com o tempo sendo o fio
condutor de satisfações ou de mágoas.
Somos todos imortais em essência
mas as horas, essas passam à nossa frente
quanto mais incerta e intransigente
for a nossa inconstante consciência.
Então façamos de nossas horas o que o artista
faz com as arestas dos brutos diamantes
Não há no mundo nada que resista
a um espírito moldado à beleza dos instantes.
domingo, fevereiro 17, 2008
Os esquemas
Nessas zonas habitáveis podem ocorrer o que chamaríamos de "chama primordial". Um grande caldo oceânico de água salgada associado a metano e a outras substâncias presentes na terra como os nitratos e outros sais. Juntemos a essa receita um raio ou duas mil tempestades. Os íons disponíveis poderiam possibilitar ligações que formassem aminoácidos e aí a vida teria dado o seu primeiro passo.
No entanto é de se esperar a surpresa e dessa vez ela veio na forma de amor. As primeiras formas de vida precisavam encontrar outras formas para reproduzir e perpetuar aquela ignição química. Essa grande ignição foi sustentada também pela energia da estrela em zona habitável associada ao meio aquoso do grande caldo oceânico que nos permite existir.
O sangue que vai em nossas veias é similar às águas dos oceanos. Não por acaso os remédios administrados por via intravascular são misturados ao soro fisiológico, que nada mais é do que água com sal.
Somos feitos desse caldo de água salgada e dessa terra que está por baixo. Somos frutos de estrelas e cometas que aqui se chocaram trazendo essa quantidade incrível de materiais. Tudo arquitetado para existir a vida que possa apreciar essa obra divina.
Mas como essas moléculas se reuniriam? De forma parecida à galáxia: em espiral. É um esquema comum a nossa galáxia, que está nesse formato. E a proporção de suas voltas é também similar: 1,618 ou Phi. Essa proporção pode ser encontrada em nosso corpo: o comprimento do antebraço em relação ao comprimento da mão.
Esses grandes mistérios eram estudados pelo gênio Leonardo da Vinci. Descobriu-a em diferentes partes da natureza como caracóis, seres humanos e construções gregas. Percebeu uma semelhança em tudo e uma cultura muito antiga aproveitando-se desse conhecimento. Suas obras sempre utilizavam proporções áureas.
Outros esquemas podem ser falados. Jung citava Astrologia e Tarô. Conseguiu com isso definir o que seriam os arquétipos. Há doze signos astrológicos. Jesus, não por acaso, escolheu doze apóstolos. Os signos são manifestações solares, isso é, o Sol tem que passar por uma das doze constelações todo mês em sua viagem anual no plano do céu. Isso significa tempo-espaço, isso é, a Terra voltará a estar naquela posição daqui há um ano. É uma forma de medir o tempo que, a partir do empirismo e da observação humana de milênios, ajudou-nos a decifrar-nos as intenções.
Mas o Tarô, em verdade, não tem arquétipos reais, isso é, grandes emanações que devem ser conduzidas a partir de caminhos. Esses caminhos é que são as 22 cartas do Tarô. As emanações são 10 e onde estamos é o Reino (Malkut), de onde devemos partir certos de nosso destino verdadeiro.
Para aspirarmos ao verdadeiro Conhecimento (D'aat) devemos abster-nos de uma série de coisas e enaltecer uma série de virtudes que já temos. Com isso melhoraremos a nossa vida e seremos capazes de construir o que quisermos para o nosso destino.
Alguns dirão que isso é óbvio. Mas o que é Conhecimento? Os gregos chamavam conhecimento de Gnosis, e era, ao mesmo tempo, a sabedoria e o entendimento associados ao domínio da vida. Sabedoria era a divina intuição que permite decisões corretas e justas. Entendimento, ou Inteligência, é a divina compreensão, ou verbo. É a nossa capacidade de articular idéias a partir de conceitos, palavras, imagens, esquemas lógicos e racionais.
Portanto se quisermos uma imagem feita com um único traço para o nosso universo, podemos desenhar uma espiral.
Trata-se de forma similar à nossa galáxia, ao giro duplo de nossa célula de DNA, a água quando se esvai por um grande buraco e as ondas do mar que empurravam os seres marinhos para a vida na Terra.
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
A Verdade
Se é acessível pelo verbo, tampouco.
Se ela é a mesma ainda que do avesso
ou se é a mesma para um gênio ou um louco.
Sei que das linhas da vida que teço
faço um tapete de cores fortes
que brilhe bem entre as vidas e mortes
dos edifícios morais que meço.
Na História há templos que sobem e descem
ao alto da Glória e ao baixo do chão
e Verdades do sim e Verdades do não,
mas a única Verdade permanece:
Somos estrelas, atraímos e aquecemos
nós vivemos e morremos todos iguais
Verdade seja que ao lugar onde iremos
amaremos muito e amaremos mais.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
A Senda do Domínio da Vida
Somos como que jogados no Reino de Deus para aprender. E o aprendizando não é simples. Começa com os nossos pés, que tocam o chão logo que saídos que somos do meio aquoso do ventre materno. Partimos para o mundo com os dois pés no chão. Para ascender com passos impolutos a escada da sabedoria, temos que nos preparar devidamente.
Aprendemos primeiro a usar os nossos olhos, que ora imersos na escuridão de nada nos serviam. A luz nos ofusca a princípio, mas quando nos acostumamos às cores que ela nos possibilita ver, entendemos a importância da visão em nossas vidas. Já éramos capazes de ouvir no ventre materno, mas não falávamos. E aos poucos vamos aprendendo os Fundamentos essenciais através de nossos sentidos para entender como funciona a vida material.
A partir daí podemos determinar a Senda do Domínio da Vida. Até então a nossa vida dependia do líquido amniótico e da alimentação umbilical. Pouco mais tarde, dependemos ainda que nossos pais nos alimentem devidamente. Daí em diante começamos a caminhar com as nossas próprias pernas. Para obter a Coroa e declararmo-nos Reis de nós mesmos, o primeiro passo é reconhecer a nossa fragilidade. É tendo essa Humildade que podemos expandir a nossa visão e dar o próximo passo.
No passo seguinte deve-se aspirar às Verdades Fundamentais. São os valores morais e a educação básica que nos permite interagir em sociedade e reconhecer no próximo a mesma divindade que há em nós mesmos.
Reconhecendo isso tudo, estamos preparados para o passo seguinte. Somos convidados a sermos sinceros para evitar que a falsidade, a mentira e a discórdia provoque a perda de nosso autodomínio. Não se deve vacilar: a sinceridade, associada à honestidade e a humildade não ofende ninguém. Deve-se ser sincero sem perder o equilíbrio, ou novamente podemos perder a estrada do Domínio da Vida.
Também é necessário confiar. Não apenas confiar em nós mesmos, mas confiar no próximo que, porventura, possa servir-nos com o seu trabalho. Decerto que comemos, mas não o faríamos se outro não plantasse e outro ainda não colhesse. Em tudo há o equilíbrio. Reconhecer a função do próximo em si mesmo é saber que o alimento ora plantado por outro fará parte de nosso corpo. Constituirá nossos ossos. Nisso consiste o conceito de Eternidade. Eternidade das relações, dos ciclos e da Vida. E é com confiança que se atinge esse estágio.
Então somos convidados a conhecer a Beleza do Universo. Ao identificar no mundo que nos cerca a nossa simultânea dependência e independência, somos convidados a ver a Glória do criador. Nessa etapa vemo-nos, mutuamente, dispostos a perdoar e a sermos perdoados. Tal estímulo nos levará a compreender ainda mais a Glória que é viver nesse Reino. E o quanto é importante estarmos ligados a tudo e a todos que nos cercam.
Conheceremos mais duas etapas para obtermos o Domínio da Vida: A Força e a Misericórdia. Muitos dirão que são dois caminhos opostos. E de fato o são. Mas nem por isso deixam de ser complementares. De nada adiantará ter Força para construir um templo se não houver Misericórdia que garanta o descanso dos construtores. De pouco adiantará ter Misericórdia com os desprovidos se não dermo-lhes Força para que eles possam reerguer-se. Entram nessa etapa do caminho dois valores morais de imensa importância: a Admiração pelo próximo, que visa a dar-lhe força, e o Amor ao próximo, que almeja a dar-lhe segurança para que ele possa, também, demandar o Domínio de sua própria vida.
Aí conseguimos Entender o que se passa com o Universo. Nessa etapa, seremos capazes de ter Alegria, sintoma daquelas compreensões interiores que nos acostumamos a chamar de Luz. Luz essa que nos permite vislumbrar o que antes parecia oculto. Que nos permite ver através do véu. Que nos permite transpor e transitar por universos desconhecidos. Universos esses nada mais do que os meandros internos de cada um. Esse Entendimento é sinônimo de Inteligência, que é a capacidade de discernir racionalmente o justo do imperfeito, o perfeito do injusto e a incerteza da exatidão.
Aí poderemos alcançar a tão necessária Sabedoria. Sabedoria que precisa de boas doses de Altruísmo. Vinícius de Moraes, grande poeta e músico brasileiro, já dizia que "Quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém". Isso é fato. É necessário sairmos de nossa existência mentalmente para sentir a vida do outro na própria pele. Isso ajuda a aliviar a calma e raiva, pois sentimos no outro os efeitos de nossas palavras antes mesmo de dizê-las.
Sempre que pensamos em homens sábios, não os vemos em momentos extremados de sua vida, e sim com uma serenidade que só seria possível com uma grande vontade de sair de si. O grande mestre e Rei Salomão pediu uma única coisa ao Senhor para governar o seu povo: Sabedoria. Sabedoria que o ajudava a julgar com maestria.
Aí só nos resta ter Fé para chegarmos ao que chamamos Domínio da Vida. Nessa etapa, obtemos a Coroa material de nosso Reino e somos capazes de fazer o que quisermos. Se não quisermos mais nos irritar, não mais nos irritaremos. Se quisermos apenas fazer o nosso trabalho e dele tirar nosso sustento, também poderemos fazer. Se quisermos até mesmo enriquecer materialmente, também poderemos. Desde que apliquemos, desse ponto em diante, tudo o que foi aprendido na Senda do Domínio da Vida. Essa Senda, no entanto, tem dois sentidos. Muitas vezes nos deixamos levar pelos sentimentos e pensamentos negativos e aí passamos de um ponto a outro nessa estrada sem compreender que estamos voltando em vez de avançar. É necessário discernimento para entender a necessidade de ascender, e não de descender.
A espiritualidade não deve ser separada da matéria para compreender tudo isso. Pelo contrário: a matéria tem a sua própria espiritualidade. A espiritualidade está em todas as coisas. Portanto não se deve entender que a Coroa com que nos deveremos investir está longe de nós. Pelo contrário. Está dentro de nós. Cabe a cada um visitar o interior de seu próprio reino para nele descobrir os frutos da profunda paz que almejamos. Essa peça de arquitetura visa a trazer aos irmãos instrumentos harmônicos e universais para que possam adquirir o tão desejado autodomínio. Bem como possam auxiliar os seus próximos na construção apropriada de seus templos interiores.
Convido você, leitor, a tecer os mais belos tapetes, a escolher as mais belas cores e a erigir os templos mais firmes do mundo. São os templos em que somos os sumos sacerdotes: os templos de nossos espíritos.
sexta-feira, janeiro 11, 2008
É isso!
Causa uma certa euforia essa compreensão imediata. Uns chamam isso de amadurecer, ou até mesmo compreender. Na verdade é um misto de coisas, mas é exatamente isso. Uns querem gritar pela solução. Arquimedes disse "Eureka!" porque percebeu, usando a concentração e a mente, que era possível calcular com a água que metal nela se inseria através do volume. Uma idéia simples, dessas que poderíamos ter tomando um banho de banheira.
Ele também inventou pequenos motores a vapor, utilizando-se do calor para mover uma esfera dotada de água e canos direcionais que a faziam girar. "Eurekas" mais tarde, a humanidade cria usinas hidrelétricas.
Em tudo há uma compreensão e uma admissão. Depois, uma ação coordenada e estratégica para o futuro certo das ações que tivemos no presente. É uma necessidade de ação que tornou essa palavra tão rica em significados. Um deles, o da bolsa de valores, determina que ação é um ativo de uma empresa. Uma empresa que atua. Ora, uma ação atua, no sentido de transformar-se em produtos e serviços, frutos de atitudes de outras pessoas.
É o que fazemos no agora que ecoa no universo. E cria dimensões que imaginamos e vivemos aos poucos em nossa jornada chamada Vida. Exerçamos pacientemente a capacidade de viver, com a tolerância dos sábios, procurando a ignição dos motores para as grandes viagens.
Sábios chineses diriam que há 5 formas de atitudes no mundo que podemos ter. Cada uma é relacionada aos nossos 5 sentidos. Ao tato, atribui-se o carinho, o afeto, os prazeres sensuais, mas também a necessidade de luta, proteção, e construção, atos de nossas mãos e de nosso corpo, sempre disposto a viver nessa camada de sentidos.
Ao paladar associa-se as qualidades de provar, experimentar, lembrar, atitudes relacionadas a experiências anteriores e conforto. As atitudes de paladar têm esse aspecto e servem à memória de longo prazo. Saber vem do latim sappere que significava "saborear". Em latim essa palavra tinha esse sentido também e era associada às experiências da vida que nos ajudavam a escolher caminhos mais certos.
Ao aroma associam-se às atitudes instintivas, a capacidade de discernir à distância algo bom ou ruim, a ação estratégica e projetada para o futuro, a atitude imediata para mudar e, principalmente, à memória de curto prazo. São ações que fazemos agora para melhorar no futuro. São importantes em momento de crises para neles encontrar oportunidades. Nessas ocasiões é sempre dito: "use o faro". Não é à toa.
Ouvir está relacionado a falar. Portanto são as atitudes mais importantes. Para falar bem, é necessário calar e escutar. E o que escutamos pode nos causar apreensão ou felicidade. Ou pode nos impelir a resolver situações pelo diálogo, posto que o ouvido não gosta de muitos decibéis. Gritar demais é ruim para o ouvir, mas gritar está relacionado a ele. Tudo que o afeta, para o bem e para o mal, afeta as nossas ações. Se nos tratam com humor, repassamos o humor. E o inverso muitas vezes acontece. Por isso é necessário filtrar o que se ouve com o último sentido que vamos analisar, o da Visão.
Pela visão agimos de acordo com o que vemos. Frutas coloridas e nossos olhos adaptaram-se, de forma que sabemos diferenciar e comer diversas frutas. E elas nos fazem bem. A atitude de observar e prestar atenção aos detalhes, cores, texturas com os olhos é o que torna este sentido especial. E está relacionado justamente às ações refinadas, afeitas ao detalhe.
Quando se fala em visão, não se pode esquecer de como ela funciona. Nossos olhos são lentes e conseguimos enxergar, com visão perfeita, detalhes tão pequenos como um único ponto. Mas não é só isso. Porque olhar é apenas levar essa informação ao cérebro, ocupando grande parte de seu processamento. Em testes de eletroencefalografia, com os olhos abertos percebe-se maior frequência. É o sentido do estar alerta, de observar tudo, de tomar decisões a partir da observação imediata, do momento, do "querer ver melhor" e assim por diante.
Podemos dizer que há outros sentidos, mas dos 5 já podemos nos fartar de aprender nesse momento de nossas vidas. Há a necessidade de mais sentidos para decisões de maior fundamento. Ainda assim não é possível falar delas com esses 5 sentidos. Talvez possamos sentir a presença delas em momentos especiais. Como esse momento em que dizemos "É isso!" e encontramos a forma certa de agir. É necessário uma mistura mágica para, pela vontade, exerçamos a Arte da transformação. Aí talvez possamos até mesmo viajar no tempo. E a melhor forma de fazer isso agora é construindo as escadas para o futuro.
terça-feira, dezembro 25, 2007
Uma canção do Astrólogo

É Natal para a egrégora cristã. Tempo de trocar presentes e amores que valham a pena. Mas também tempo de lembrar do nascimento do divino como homem (e do nascimento do homem como divino). No mundo moderno, por vezes esquecemos de considerar o conhecimento milenar que nos é passado ao longo dos tempos. Além do nascimento do Cristo, que traz diversos simbolismos diversamente ignorados pela grande maioria dos fiéis, há muitos outros de que se desdenha por desconhecer a História que há por trás da construção de grandes sistemas filosóficos.
É o caso da Astrologia, ciência da antiga Babilônia e do Egito que chegou até nós apenas através de linguagem simbólica. Trata-se de ciência milenar baseada na observação humana ao longo da História. Muitos foram os estudiosos que partiram desses estudos para conseguir elaborar diversas teorias. Um dos mais recentes foi Jung que em seu livro O homem e seus símbolos elaborou densa pesquisa sobre os arquétipos elaborados pelos astrólogos para definir melhor o que ele chamou de inconsciente coletivo.
Diversos artistas trataram desse tema de diversas formas. Leonardo da Vinci, ao elaborar a Santa Ceia, dispôs os apóstolos cada um representando uma constelação, com Jesus sendo o Sol que passa por todas as 12 constelações no período de um ano. Outros artistas utilizaram-se da simbologia dos desenhos das estrelas em suas obras. É o caso de Michelangelo em sua Capela Sistina, em que colocou nos afrescos diversos desenhos relacionados aos desenhos dos signos. Há muitos mistérios que poderiam ser falados aqui sobre esse assunto, mas de nada adiantará falar sobre eles sem falar sobre a Fé, a Esperança e o Amor.
Sobre isso, traduzi um poema do grande Rudyard Kipling que trata um pouco desses temas. Suas palavras permitem muitas interpretações, mas a que mais vale é a do Amor: com o Amor somos imbatíveis! Por isso desejo a todos vocês um Feliz Natal, com muita inspiração e sabedoria que levaremos por todas as nossas vidas!
Uma canção do Astrólogo
Rudyard Kipling
Tradução de Leonardo Dias
Para os Céus que nos são abertos
Olha e presta atenção
aos planetas que nos amam
Todos de ouro cobertos!
Que carruagens, que cavalos
contra nós serão atirados
Se as Estrelas em seus cursos
lutarão ao nosso lado?
Tudo o que se pensa ou clama
sobre o que sob o Sol e além
São tudo Um com as suas chamas
como nós somos Um também:
Todo espírito, toda matéria
Todo quadro, toda maneira
Do mesmo Um recebe e herda
Sua Força inteira!
(Ó, homem que tem negado
Todo o poder salvo o seu
O poder delas mais elevado
é como o da Glória de Deus.
Nem quando elas somem
Tal poder conhece a si.
Se soubesses, ó, homem
Que tesouro está aqui!)
A terra treme em seus trons
E nos perguntamos por quê!
Mas o cego planeta sabe
Quando nula a sua régua é
Sintonizado desde a Criação
Para o perfeito acorde maior
Ela tremula em sua estação
e enaltece o seu Senhor.
As águas têm subido
mas flores são ilimitadas --
as enchentes deixaram partidos
os elos de aço, as correntes trançadas.
Nada pode segurá-las
e sua fúria irá durar
até que o Sinal a comandá-las
afunde nas trevas ou suma no ar.
Através de abismos desconhecidos
Sobre golfos além do pensamento
nosso lado é esquecido
nossa prova é tormento.
Ainda algo elas vão preparar
cuja natureza compartilhamos
faz com que nós que tudo suportamos
sejamos capazes de mais suportar.
Ainda que venham terrores mais
Nós não teremos medo
Nenhum poder nos desfaz
salvo o de quem nos fez desde cedo:
muito menos além da razão
ou da esperança cairemos; contudo
todas as coisas têm sua estação
e a Misericórdia coroa tudo!
Então não duvidais, Ó temeroso --
O Eterno é Rei --
Corações ao alto, seja valoroso
e devidamente cantai:
Que carruagens, que cavalos
contra nós serão atirados
Se as Estrelas em seus cursos
lutarão ao nosso lado?
Poema original:
An Astrologer's Song
To the Heavens above us
O look and behold
The Planets that love us
All harnessed in gold!
What chariots, what horses
Against us shall bide
While the Stars in their courses
Do fight on our side?
All thought, all desires,
That are under the sun,
Are one with their fires,
As we also are one:
All matter, all spirit,
All fashion, all frame,
Receive and inherit
Their strength from the same.
(Oh, man that deniest
All power save thine own,
Their power in the highest
Is mightily shown.
Not less in the lowest
That power is made clear.
Oh, man, if thou knowest,
What treasure is here!)
Earth quakes in her throes
And we wonder for why!
But the blind planet knows
When her ruler is nigh;
And, attuned since Creation
To perfect accord,
She thrills in her station
And yearns to her Lord.
The waters have risen,
The springs are unbound -
The floods break their prison,
And ravin around.
No rampart withstands 'em,
Their fury will last,
Till the Sign that commands 'em
Sinks low or swings past.
Through abysses unproven
And gulfs beyond thought,
Our portion is woven,
Our burden is brought.
Yet They that prepare it,
Whose Nature we share,
Make us who must bear it
Well able to bear.
Though terrors o'ertake us
We'll not be afraid.
No power can unmake us
Save that which has made.
Nor yet beyond reason
Or hope shall we fall -
All things have their season,
And Mercy crowns all!
Then, doubt not, ye fearful -
The Eternal is King -
Up, heart, and be cheerful,
And lustily sing: -
What chariots, what horses
Against us shall bide
While the Stars in their courses
Do fight on our side?
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Poema remédio
Deixarei de lado os meus vícios
para afundá-los em prisões escuras
onde são feitos testes de mísseis
e culturas de bactérias fatais.
Enterrando-os sob cascalhos:
pedras brutas de cálcio e de sais
que nem a poeira há de levantar mais.
Por hora
Cultivarei o amor interno
que se propaga pelo universo
na forma do fim das dores.
Encontrarei todos os dias
uma coisa que valha a pena
e esta será nada menos
a razão que senos ou cossenos
nunca encontraram em geometrias.
Entretanto
muitos sofrem e temem
a vida que não vivem
os passos que não deram
as portas que fecharam sem trancar
cuja chave se perdeu ou está incerta.
Mas se girar a maçaneta a porta aberta
revelará que ela nunca se fechou
e o amor por todo o tempo está aí
à espera de quem bata e bem receba.
Perceba
a vida não é só sofrimento
e todo dia há algo por que valha a pena
viver e experimentar o gosto de viver
que são duas coisas distintas e perfeitas.
A pílula da juventude eterna é só encontrar
aquelas coisas ternas que fazem o coração bater
recheado de amor, eis o grande remédio
que alivia a dor, o medo, a angústia e o tédio.