sexta-feira, julho 03, 2015

Pobre poesia

É uma pena que a poesia esteja
Sendo ignorada.
Ainda que exista nas músicas
E corações,
Há muito não vejo quem leia
Para entender o universo.
Afinal, a poesia é como uma mente cheia
De ideias aleatórias, em desvario.
Um verso forma uma imagem que incendeia
Sem precisar de pavio.
Ela é leitura que não toma tempo
E sobrevive na mente, criando conexões,
Achando novos significados para as palavras
Dando ritmo às canções.
Serve como arte em si, além da escrita,
Além da prosa, que é a roseira, a poesia é a rosa:
Desenhada em suas pétalas, temperada com aromas
Capazes de tornar o amargo doce,
Como sempre fosse.
Ela expande o sentido das coisas e a consciência
Amplia as sensações com metáforas e símbolos
Muitas vezes sem sentido, ou até mesmo abstratas
Transformando coisas comuns em raras.
Poesia é rica, ainda que menos admirada
Do que diamantes,
Tornou-se a pobre arte dos que têm alma enobrecida
E que não cansam de enxergar com outros olhos a vida,
Escondida, entre os versos dissimulada.
Não há poeta que não descreva tudo a partir do nada
E nem nada que não sirva à poesia.
Por isso é aconselhável que se viva todo dia
Como quem lê um verso e tira dele mil interpretações
Para tornar mais rica a vida, torná-la estado-da-arte,
Reconhecendo que há infinitos versos por toda parte.

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