sexta-feira, dezembro 07, 2012

A estrela, o ciclo e 2012

Planeta por planeta, girando em torno do Sol, somos um dos menores, mais líquidos e com uma atmosfera e uma magnetosfera fantástica, que funciona de forma que ainda desconhecemos totalmente, mas acredita-se que por meio de um núcleo de ferro aquecido, nosso planeta produza um campo magnético. Mas quem colocou fogo no ferro?

Sem isso o sol enviaria para nós não apenas a sua luz branca e calor do infravermelho, mas também um monte de radiação na forma de partículas como prótons, nêutrons, elétrons, que poderiam simplesmente desmantelar a vida e impossibilitar que sobrevivamos.

A Terra é nosso aquário. Somos como os peixes que sobrevivem num deles por causa das bolhas d'água e da limpeza frequente que só a água corrente propicia. Mas quem dá manutenção a isso tudo? São perguntas que adoramos fazer. Fato é que, devido a um equilíbrio absolutamente incomum, uma exceção incompatível com o que vemos na maioria dos planetas do universo, temos aqui as condições normais de temperatura, pressào, nível de radioatividade baixo, baixa acidez dos oceanos e uma temperatura mediana.

As tempestades solares produzem vento solar e partículas com maior intensidade. Dependendo dessa intensidade, partículas poderiam chegar inteiras ao planeta, sobretudo nos pólos, aumentando o nível de radiação e provocando outros problemas além de uma pane elétrica. É claro que não dá para prever quando isso vai acontecer. A meteorologia mal consegue prever se vai ou não chover amanhã. Mas é possível imaginar que isso pode acontecer e descobrirmos que o Sol é, na verdade, mais do que a nossa estrela, também é a fonte de climas adversos que podemos enfrentar no tráfego espacial planetário.

Há muitas teorias da conspiração em dezembro de 2012 sobre Nibiru, planetas anões, sistemas binários no nosso sistema solar e muito mais. Tudo pode ser? Pode até ser que tenha algo de verdade. Afinal descobriram um novo planeta-anão com uma órbita excêntrica que só poderia ter sido causada por outro corpo de grande magnitude na vizinhança de nosso sistema solar. Será esse o hercólubos? Pode ser, mas mesmo que seja, o planeta está muito distante para afetar a vida na Terra. 

E o tal do nosso buraco negro? Ninguém fala dele! Ora, o buraco negro está ainda mais longe de nós. Se desconhece efeitos de radiação do buraco negro. Um buraco negro atrai matéria, não repele. Naturalmente por isso um buraco negro não poderia expelir matéria, exceto quando ele se torna um quasar, o que não parece ser o caso aqui.

O mundo vai acabar? Fim dos tempos? Nada disso. O que vai acontecer no dia 21 de dezembro de 2012 é mais um solstício. O sol estará em sagitário, como todos os anos, e passará na frente do buraco negro de nossa galáxia, como faz todos os anos. Não há novidade. O que vai acontecer é que, quando nada acontecer, muitos perguntarão o que se passou em suas cabeças. E não terão respostas simples.

A verdade é que há uma necessidade, na mente das pessoas, no inconsciente coletivo, de que o mundo acabe, pois não anda bem. As lendas e religiões contam para nós que, nos momentos em que as coisas desandavam, Deus resolvia destruir tudo para reconstruir de novo. Mas há controvérsias se ele faria isso de novo, se é que realmente fez alguma vez. Na cabeça, sobretudo, cristã, o fim do mundo faz sentido. Esperamos o apocalipse, afinal nascemos culpados de um pecado expiado por Jesus Cristo e somos cordeiros que devem sofrer o sacrifício. Esses símbolos todos facilitam que ideias de fim de mundo alimentem as teorias conspiratórias.

E o que vai acontecer? Não sei. Da mesma forma que não sei o que vai acontecer no dia 21 de dezembro de 2013, não sei o que vai acontecer no de 2012 ou no de 2014. Mas sei uma coisa: o mundo não pode mais ser o mesmo. Sendo o mesmo há dois séculos, abusando da natureza, tornou-se problemática a nossa existência. Podemos experimentar uma grande transformação dos continentes nesse século devido a uma série de fatores, inclusive devido a mudanças no Sol que podem ocorrer a qualquer momento. Mas isso não dá para dizer que não somos capazes de prever. Na verdade a nossa capacidade de previsão é frustrante, pois pouco podemos fazer para não termos nenhum tipo de dano em qualquer tipo de tempestade. Que dirá uma tempestade solar.

Mas a espécie humana tem uma habilidade muito interessante de construir e reconstruir, o que a habilita a retomar os seus projetos mesmo em caso de destruição total. Não penso que são as baratas os seres que sobreviverão a uma catástrofe apenas. A espécie humana é uma sobrevivente notável e saberá enfrentar as adversidades fazendo o que sempre soube fazer: mudar. Para melhor.

Você que veio parar aqui fazendo uma busca no Google por uma das teorias conspiratórias, é a você mesmo que convido para promover a mudança interior de consciência que levará a um mundo melhor no futuro. Saiba bem o que faz. Procure ser autêntico e saiba viver com a natureza. Assim você estará preparado para viver com dignidade e para ajudar a transformar a si mesmo com auto-conhecimento e com conhecimento sobre a natureza e sobre o equilíbrio natural que deve haver entre os seres. Essa consciência vai ser adquirida pelas próximas gerações, não pelas atuais. Mas podemos começar a trabalhar nessa obra de arte, que é o futuro, agora mesmo, usando as ferramentas da consciência, da educação e da ciência. Por que não? Conhecer mais não é ruim.

Na verdade as nossas escolas ainda ensinam a matemática de mais de 4 séculos atrás, sendo que a matemática recente só está acessível a quem faz mestrados e doutorados na área. Não é possível evoluir sem matemática. É necessário levar esse conhecimento além da fronteira acadêmica para que ele possa ser transformador. E isso ainda será feito. Para o bem do futuro da humanidade e para que não precisemos de teorias da conspiração para determinar qual fim mais apocalíptico iremos ter. 

A minha opinião? Não há fim. Só há o recomeço.

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