quarta-feira, julho 12, 2006

Atração fugaz

Não é que ele gostava dela. Ele a orbitava, como um pequeno asteróide em volta de uma estrela. Ela, típico fruto das fusões nucleares, brilhava intensamente, atraindo para si todos os planetas ao seu redor.

Modesto, o asteróide compreende a beleza do Sol e sente a sua atração, mas não chama a atenção por seus anéis ou pela quantidade de luas. Talvez por isso mesmo ela decidiu que queria para si uma pedrinha espacial como ele.

Casaram-se e meses depois o asteróide cansou-se de orbitar a sua estrela. Ela era orgulhosa de seu marido, pois o tinha ali, próximo o suficiente. Mas sabia que, se ele se aproximasse muito dela, ela poderia destruí-lo em mil pedaços. Mantiveram uma distância saudável dentro do casamento. Se isso os impedia de amar em sua plenitude, ao menos promovia uma relação equilibrada em suas forças.

Acontece que o asteróide já não mais sentia-se atraído pela estrela. Ela brilhava demais e continuava exercendo sua força sobre os planetas. Ele, no entanto, não consegui apaixonar-se por mais ninguém, até que apareceu a cometa em sua vida.

A cometa se movia por toda a galáxia. Dava voltas e voltas, via sistemas solares diferentes, conhecia outras formas de vida. Era diferente. Não se deixava levar pela atração de uma estrela apenas. Vez ou outra ouvia-se dizer de um cometa que explodia em um planeta ou em uma estrela. Eram casos raros, mas o fato é que, nessas situações, a cometa é muito mais fiel, pois atrai-se por apenas um só corpo estelar, e não atrai todos que estão ao seu redor.

Fato é que essa cometa, um belo dia, abalroou o asteróide, levando-o consigo para longe pelo universo. Muito além da estrela. Levou-o para conhecer o mundo, mostrou para ele um lado que ele não conhecia. Por orbitar por muito tempo aquela estrela, seu coração estava ainda despreparado para tanta emoção. Por isso o casamento acabou. A cometa mostrou a ele um amor que ele antes desconhecia, sobretudo pela alta velocidade de suas viagens.

A estrela, acompanhada de seus planetas mas sentindo-se mais solitária, anseia hoje por um casamento com um planeta, um tanto mais estável em sua órbita. As aventuras poderão não ser as mesmas, mas ela poderá continuar brilhando e exercendo a atração fugaz sobre o seu sistema que lhe é peculiar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Huuummm... lindo isso... sabe, mas ler isso m da medo d m relacionar e virar uma simples estrela. Eu quero ser um cometa...
eu ando mais apagada do q estrela morta... mas msm assim... levo a vida né?? ^^
Leo, eu adoro vc viu? msm a genet s falando mto pouco...
Bjoes

Anônimo disse...

ERA EU.... a VERONICA.... nao coloquei meu nome