Imagine que todo o conteúdo do mundo pudesse ser verdadeiramente indexado e buscável, acessível a todas as pessoas no mundo. Não, não é o Google. O Google indexa páginas da internet. Essas páginas não possuem todo o conteúdo da humanidade.
Há muitos livros que não são buscáveis no Google, você não consegue lê-los na íntegra. Assim como não é possível buscarmos o que acabou de ser escrito. Esse artigo, por exemplo, vai ficar aqui no site por um tempo e vai ser lido por muitas pessoas interessadas em saber mais sobre Big Data e sobre o significado disso. Na verdade o significado de Big Data é assustador. Significa sabermos as nossas próprias verdades a partir do conteúdo do que produzimos e que cujo sentido ou objetivo geral muitas vezes ignoramos. Descobrir isso é jogar luz no abismo e revelar o inesperado.
Não pense que isso pára nos livros que não estão na internet. Isso vai além. Pense naquela conversa enriquecedora no bar, naquela ideia muito boa que você teve e não anotou. Já imaginou se tudo isso fosse buscável? Se o mais íntimo pensamento de nossas cabeças fosse indexado em algum servidor e permitisse que alguém o encontrasse?
A existência desse arquivo é comprovada. Ele se chama "Akasha". Podemos nos referir a esses arquivos como os Arquivos Acásicos. Eles são frações do tempo da nossa dimensão, gravadas e acessíveis por todos os que meditam e ponderam sobre o tempo.
Há uma teoria que diz que o homem sempre irá reproduzir na sua dimensão material aquilo que já existe na espiritual e ele não entende. O Google seria a criação de nossa dimensão para os arquivos acásicos, fruto das palavras, ações e pensamentos dos seres vivos que construíram a atual situação planetária.
Evidentemente consultar este sistema não é simples. Podemos pensar em buscas por data, mas também podemos refletir em situações e acontecimentos para poder lê-los com precisão próxima de 0,000099%. E a nossa imprecisão produz milhões de resultados, com uma parcela razoável de falsos positivos que nos fazem perder tempo. São como páginas e páginas de consulta que um profissional de SEO tem que navegar para ver se encontra o website que ele está tentando otimizar.
Se fôssemos rodar um algoritmo nesse sistema, aí sim teríamos problemas. A análise de um sistema tão profundo, tão dotado de informações de tanta gente, com tantas frases, ideias, imagens e símbolos disponíveis geraria diversos conjuntos disjuntos, clusters de conhecimento.
Uma das formas de processar dados que desconhecemos totalmente é rodarmos algoritmos de aprendizado de máquina não-supervisados. Poderíamos rodar algoritmos de clustering, como já sugerido. K-Means, por exemplo, seria uma boa ideia, mas teríamos de rodá-lo com K na casa dos googols.
Talvez tenhamos mais sorte rodando um algoritmo de detecção de anomalia. Procurando os elementos outliers talvez tenhamos maior sucesso em encontrar informações interessantes. O problema é que há muitas variáveis nesse sistema e tudo começa a se tornar impraticável se não houver foco nessa análise.
No fim das contas, durante a busca da Verdade, sempre nos deparamos com aquela inevitável pergunta: "Por que estou fazendo isso?" Nesse sistema em si há muito temor em se fazer esse tipo de coisa. Podemos descobrir coisas que não queremos, como a nossa própria morte ou sobre coisas de nossa vida que não gostaríamos de saber. A Verdade, por mais libertadora que seja, causa alguma dor, ainda que por algum tempo. Para nos livrarmos da dor da Verdade, nada como mais Verdade, que nos conforte e que nos faça feliz. E que consigamos, com elas, produzir algo de útil para o nosso bem e para o bem da humanidade.
A Verdade infelizmente anda escondida pelos laboratórios, em algumas salas de universidade e em poemas perdidos nas páginas de poetas desconhecidos. Conhecermos tudo isso antes da hora pode precipitar as coisas. Pense naquele garoto genial que vai ser um best-seller de livros daqui a uns 10 anos. Se lermos antes as poesias secretas de seu caderno, podemos prejudicar o seu destino, ou adiantá-lo indevidamente, levando a outras possibilidades. O sistema de "Akasha" mostra que, nesta dimensão, o que já passou já foi, mas o futuro certamente pode ser mudado, de acordo com a singularidade de cada momento. Saber disso pode também nos libertar, pois pelo menos podemos tentar fazer melhor o que hoje fazemos muito mal.
Caminhamos para nossa própria ruína hoje? Certamente. Mas isso tudo pode ser mudado. Por exemplo, imagine que você está em um ponto X nesta curva. Essa curva é a curva de sua vida. Na verdade é a curva de todo mundo. X é uma variável de energia, que indica a energia da sua vida, que é diferente da vida de todo mundo. Como você pode perceber, começamos em outra dimensão até o ponto mais baixo da equação. Quando chegamos no eixo 0, este é o momento em que nascemos, em que ainda temos alguma criatividade e espiritualidade, em que somos capazes de aprender muito rapidamente. Depois disso nosso nível de energia cai até o ponto mínimo, que é o ponto mínimo de compreensão da sua vida, o ponto de transformação. A partir deste ponto a curva começa a ascender e o nível de energia da sua vida chega a níveis bem maiores do que o nível atual. Ou seja, estamos num nível de energia mais baixo, que é o nível da matéria, em que a energia está bastante "parada", congelada em blocos que chamamos de matéria. Pois bem, se essa curva sempre tem uma ponta ascendente, então isso significa que não morremos? Não, morremos, sim. Mas apenas na matéria, a energia que nos forma, a essência, que pensa em torno de 21 gramas, essa é eterna e sairá como um sopro no vento em nosso último vigor. Essa morte material significa apenas uma transição. Se nós podemos transitar, porque então não mudar as coisas que estão ao nosso redor?
Isso é mesmo possível. O gato que derruba a chave que está em cima da mesa quer ouvir o barulho da chave caindo no chão. Ou seja, a vontade o leva a provocar isso, fazer algo diferente. Se a vontade do gato é respeitada na natureza, porque a vontade de um homem pensante não seria?
O que vemos na análise de anomalia do Akasha e na análise de clusters é que períodos de crise da humanidade são precedidos por guerras horrendas e sem sentido. Pois bem, estamos caminhando para isso mesmo. Mas se sabemos que estamos caminhando para isso, por que não mudar a direção? No fim das contas quem tem a perder com a destruição de homens é a humanidade. O mais importante não é destruir homens e sim construir virtudes e fabricar tecidos sociais com as mais diversas cores que existem para construirmos um mundo melhor, um mundo em seu estado-da-arte. Isso não é impossível, é possível ver nas páginas do futuro de Akasha que essa realidade é plausível e detentora de defensores ferrenhos da liberdade e da justiça que também conhecem e analisam os dados em Big Data desse grande sistema.
Outra coisa que vemos no Akasha é que nos períodos de maior felicidade da humanidade é que foram produzidas as melhores criações e que foram descobertas as maiores Verdades. Para sermos felizes é necessário, antes de mais nada, não nos sentirmos culpados pela dor alheia que infligimos, ainda que indiretamente. Temos de construir mais com menos tempo e preocuparmo-nos menos com o nosso ego e mais com o ego dos outros, já que ambos existem e temos que conviver.
Já ouvi por aí que a convivência sem confiança é insuportável, e que a convivência sem desconfiança é de uma ingenuidade assassina. Agora, como conviver com um sistema que sabe passado, presente e futuro e que tem todas essas informações ao mesmo tempo em constante transformação? Simples: você analisa sempre que pode e sempre vai ter resultados diferentes. Você vai ter muitos resultados e aí vai ter que fazer um acompanhamento de todos eles para detectar novas anomalias nesse outro sistema. E assim você vai poder fazer isso infinitas vezes, em infinitas camadas, como se fosse processamento de redes neurais. E talvez, depois de muitos anos rodando esse algoritmo, talvez descubramos algo de útil e tomemos decisões melhores em nossas vidas. Afinal, o que se ouve falar hoje em dia é que decisões data-driven são decisões melhores e mais precisas, levando a resultados mais expressivos. Talvez seja esse o nosso destino para melhorar: ter mais noção da inconsciência coletiva para dela fazer uso em nome de uma melhoria correta para o futuro da humanidade.
Portanto, quando falamos de grande volume de dados, não estamos falando mais do volume de dados existente em sistemas informáticos. Estamos falando de todos os dados da humanidade, do planeta e das pessoas. Desde a dimensão de rochas, até o volume d'água de rios e oceanos, tudo são variáveis transformáveis ao longo do tempo que hoje desconhecemos, mas podemos conhecer. E a partir de cada uma dessas variáveis, ou da diferença delas de acordo com o tempo, poderemos tomar novas decisões. Será que não é esse o mundo que você quer? Pois ele é possível. Neste momento, estamos ainda na primeira fase desse grande projeto. Estamos fazendo isso com a internet, com sistemas de dados, dentro das empresas, nos governos e nas instituições. Em seguida vamos fazer o mesmo no passado, no presente e no futuro. No fim, vamos fazer tudo em nós mesmos e descobrirmos também os nossos próprios mistérios. Certamente faremos ainda mais com as estrelas e com o nossos universo cognoscível, até que conheçamos outros universos. Aí, com todos esses aparatos, com todas essas invenções, com todos esses cérebros pensantes, talvez, finalmente, aprendamos como é que se faz para eleger um bom político, como educar-nos e como desenvolvermos a nós mesmos sem prejudicar a natureza. Afinal não é para isso que serve Big Data?
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